REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES
Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para Professores.
Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.
Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ
'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta?
Abundância de inexistência. ..
Exagero de escassez...
Contraditórios? ? Então aí está!
O novo nome do nosso país!
Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe.
Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'.
Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome.
Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir.
Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade.
Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa.
A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade.
Uma segue a outra...
Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar.
E a educação libertadora entra aí.
O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito.
Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)...
Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra?
De que serve uma mãe que não afaga?
E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona? Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo.
Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil?
Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?
Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade' A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.
Favor divulguem, aos poucos iremos acordar este "Brazil".
terça-feira, 31 de março de 2009
terça-feira, 17 de março de 2009
BANDEIRA DE MELLO, NO ANACOLUTO
Namastê
Emergência Espiritual: Para Compreender a Crise de Evolução
"O místico, dotado de talentos inatos..., e seguindo... a instrução de um mestre, entra na água e descobre que sabe nadar; o esquizofrênico, por sua vez, despreparado, sem orientação e sem dotes, caiu nela, ou mergulhou voluntariamente, e está se afogando."Joseph Campbell, Myths to Live By
Sentimentos de unidade com todo o universo. Visões e imagens de épocas e locais distantes. Sensações de vibrantes correntes de energia percorrendo o corpo, acompanhadas de espasmos e de violentos tremores. Visões de divindades, semideuses e demônios. Vividos vislumbres de luzes brilhantes e das cores do arco-íris. Temores de insanidade, e até de morte, iminente.
Quem passar por esses fenômenos físicos e mentais extremos é rotulado imediatamente de psicótico pela maioria dos ocidentais de hoje. Contudo, um número crescente de pessoas parece estar tendo experiências incomuns semelhantes às descritas acima e, em vez de se perderem sem esperança na insanidade, esses indivíduos costumam sair desses estados mentais extraordinários com um sentido cada vez maior de bem-estar e com um nível superior de funcionamento na vida diária. Em muitos casos, problemas emocionais, mentais e físicos de longa data são curados nesse processo.
Encontramos muitos paralelos desses incidentes nas histórias de vidas de santos, de iogues, místicos e xamãs. Com efeito, a literatura e as tradições religiosas de todo o mundo validam o poder de cura e de transformação desses estados incomuns para as pessoas que passam por eles. Por que, então, as pessoas que têm essas experiências no mundo de hoje são consideradas, quase todas, mentalmente doentes?
Embora haja muitas exceções individuais, a psicologia e a psiquiatria dominantes não costumam distinguir entre misticismo e doença mental. Esses campos não reconhecem em termos oficiais que as grandes tradições espirituais que se dedicam há milênios ao estudo sistemático da consciência humana têm algo a oferecer. Por isso, os conceitos e práticas do budismo, do hinduísmo, do cristianismo, do sufismo e de outras tradições místicas são ignorados e descartados indiscriminadamente.
Neste ensaio, vamos examinar a idéia de que muitos episódios de estados mentais incomuns, mesmo os dramáticos e de proporções psicóticas, não são necessariamente sintomas de doenças no sentido médico. Vemo-los como crises da evolução da consciência ou "emergências espirituais", comparáveis aos estados descritos pelas várias tradições místicas do mundo.
Antes de discutir em termos mais específicos o conceito de emergência espiritual, analisemos mais de perto a relação entre psicose, doença mental e misticismo e os fatos históricos que resultaram na rejeição das experiências místicas e espirituais clássicas como sintomas de doença mental por parte da ciência e da psiquiatria moderna.
A visão de mundo criada pela ciência ocidental tradicional, e que domina a nossa cultura, é, em sua forma mais rigorosa, incompatível com toda noção de espiritualidade. Num universo em que somente o palpável, o material e o mensurável são reais, todas as modalidades de atividades religiosas e místicas são consideradas reflexo da ignorância, da superstição e da irracionalidade ou imaturidade emocional. Por conseguinte, interpretam-se as experiências diretas de realidades espirituais como "episódios psicóticos" - manifestações de doença mental.
Nossas experiências e observações pessoais ao longo de anos de envolvimento em várias formas de psicoterapia experiencial profunda nos levaram a crer ser importante rever essa situação na psiquiatria e em nossa visão de mundo em geral, reavaliando-a à luz de evidências da história pregressa e recente. Um reexame radical do pensamento sobre o misticismo e a psicose há muito tem sido adiado. Uma clara diferenciação entre esses dois fenômenos tem amplas conseqüências práticas para as pessoas que passam por estados de consciência incomuns, especialmente os de ênfase espiritual. É importante reconhecer as emergências espirituais e tratá-las de modo apropriado, devido ao seu enorme potencial positivo de crescimento e de cura pessoais, que em geral seria suprimido por uma abordagem insensível e por uma medicação de rotina indiscriminada.
O grupo de desordens mentais conhecido como psicoses constitui um grande desafio e um enigma para a psiquiatria e a psicologia ocidentais. Essas condições se caracterizam por um profundo distúrbio da capacidade de perceber o mundo em termos normais; de pensar e de responder, em termos emocionais, de uma maneira cultural e socialmente aceitável; e de comportar-se e comunicar-se de modo apropriado.
Para algumas dessas desordens, a ciência moderna descobriu modificações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas de base no cérebro e em outras partes do organismo. Esse subgrupo, denominado psicoses orgânicas, pertence inquestionavelmente ao domínio médico. Mas não se descobriram explicações médicas para muitos outros estados psicóticos, apesar dos esforços concentrados de gerações de pesquisadores de vários campos. Mesmo com a falta geral de resultados na busca de causas médicas específicas, as chamadas psicoses funcionais costumam ser incluídas na categoria de doenças mentais de causa desconhecida. Trata-se do subgrupo de psicoses que nos interessa aqui.
Diante da ausência de um claro consenso sobre as causas das psicoses funcionais, seria mais adequado e honesto reconhecer nossa completa ignorância quanto à sua origem e sua natureza, e só usar o termo doença para as condições passíveis de ter descoberta uma base física específica. Assim, podemos abrir a porta para novas abordagens de, ao menos, algumas psicoses funcionais, criando novas perspectivas que diferem, teórica e praticamente, da concepção médica da doença. Já foram desenvolvidas alternativas, em particular no âmbito das chamadas psicologias profundas. Existem várias teorias psicológicas e estratégias psicoterapêuticas inspiradas pelo trabalho pioneiro de Sigmund Freud.
Embora as abordagens da psicologia profunda sejam discutidas e ensinadas nos círculos acadêmicos, a compreensão e o tratamento das psicoses funcionais na psiquiatria dominante estão dominados, por uma variedade de razões, pelo pensamento médico. Em termos históricos, a psiquiatria conseguiu estabelecer-se com firmeza como disciplina médica. Descobriu-se uma base orgânica para certos estados psicóticos e, em alguns casos, até tratamentos efetivos para eles. Além disso, sintomas de condições psicóticas de origem desconhecida foram controlados por meio de tranqüilizantes, antidepressivos, sedativos e soporíferos. Parecia lógico, portanto, estender a trajetória e esperar sucesso ao longo das mesmas linhas em desordens para as quais ainda não foram descobertas causas nem tratamentos.
Há outros fatos persuasivos em favor da perspectiva médica ou psiquiátrica. A psiquiatria atribui estados e comportamentos psicóticos a condições físicas e fisiológicas, enquanto as psicologias profundas tentam descobrir as causas dos problemas mentais em eventos e circunstâncias da vida do paciente, em geral ocorrências da infância. Por conseguinte, a psicologia tradicional limita as fontes dos conteúdos da mente a aspectos observáveis da história pessoal do cliente. A isso chamamos de "modelo biográfico" da psicose. Os estados mentais e comportamentos psicóticos para os quais não se pode encontrar causas na biografia pessoal serviriam, portanto, para fornecer evidências favoráveis ao modelo médico.
Com efeito, há significativos aspectos de muitas psicoses que não podem ser explicados por meio do método psicológico de descobertas da origem de todas as condições mentais na história de vida do paciente. Alguns deles envolvem certas emoções e sensações físicas extremas que não se podem compreender em termos da história individual da infância ou de eventos posteriores. Incluem-se aqui, por exemplo, visões e experiências de ser engolfado pelo universo, de torturas diabólicas, de desintegração da personalidade e até de destruição do mundo. De igual modo, sentimentos de culpa abismais, a sensação de danação eterna ou impulsos agressivos indiscriminados ou incontroláveis não podem ser associados, em muitos casos, com eventos ou condições específicas da vida do paciente. Assim sendo, poderíamos facilmente supor que esses elementos estranhos presentes na psique devem ser uma decorrência de processos patológicos orgânicos que afetam direta ou indiretamente o cérebro.
Há outras espécies de experiências problemáticas da perspectiva biográfica, não apenas por causa de sua intensidade como em função de sua natureza. Experiências com divindades e demônios, com heróis e ambientes místicos ou com regiões celestiais ou infernais não têm lugar lógico no mundo concebido pela ciência ocidental. Por isso, parece evidente sugerir, como o faz o ponto de vista médico, que elas devem ser produto de algum processo físico patológico de origem desconhecida. O caráter místico de muitas experiências de estados de consciência incomuns as inclui automaticamente na categoria de enfermidades, visto que a espiritualidade não é considerada uma dimensão legítima no universo material excludente da ciência tradicional.
Contudo, recentes desenvolvimentos na área psicológica começaram a sugerir, para essas ocorrências extraordinárias, fontes que não se enquadram na patologia médica nem da história de vida pessoal. Historicamente, a primeira ruptura nesse sentido foi a obra do psiquiatra suíço C. G. Jung. Jung expandiu em muito o modelo biográfico, ao introduzir o conceito de inconsciente coletivo. Por meio-de uma cuidadosa análise de sua própria vida onírica, dos sonhos dos seus clientes e das alucinações, fantasias ou delírios dos psicóticos, ele descobriu que a psique humana tem acesso a imagens e motivos de real natureza universal. Esses elementos podem ser encontrados na mitologia, no folclore e na arte de culturas distribuídas amplamente, não apenas pelo globo, mas ao longo da história da humanidade.
Esses arquétipos, como Jung os denominou, aparecem com surpreendente regularidade mesmo em indivíduos cuja história de vida e cuja educação carecem de exposição direta às várias manifestações culturais e históricas. Essa observação levou-o à conclusão de que há - além do inconsciente individual - um inconsciente racial ou coletivo comum à humanidade. Para ele, a religião e a mitologia comparadas eram fontes inestimáveis de informação sobre esses aspectos coletivos do inconsciente. No modelo junguiano, muitas experiências que não fazem sentido como derivativos de eventos biográficos, tais como visões de divindades e demônios, podem ser consideradas manifestações de conteúdos do inconsciente coletivo.
Embora conhecidas há muitas décadas, as idéias de Jung de início não tiveram influência significativa fora de estreitos círculos de seguidores dedicados. Elas estavam muito além do seu tempo e tiveram de esperar um ímpeto adicional para se destacarem. Essa situação começou a mudar nos anos 60, época de um grande renascimento do interesse pelos limites mais amplos da consciência humana. Essa era de exploração interior se iniciou com a experimentação clínica com drogas psicodélicas entre profissionais e com a exposição pessoal de uma parcela da população leiga, que por um certo período passou a ser conhecida como contracultura, a essas drogas. Prosseguiu com uma avalancha de técnicas experienciais de psicoterapia e de práticas espirituais de toda espécie, da terapia da Gestalt à meditação transcendental, entre terapeutas e leigos nos anos 70 e 80.
À medida que muitas pessoas passaram a ter experiências com os tipos de imagens e símbolos que Jung atribuía ao inconsciente coletivo, bem como a viver episódios de natureza mística clássica, essa onda forneceu um forte apoio as idéias junguianas e uma poderosa validação das tradições místicas do mundo, oriental e ocidental. Nessa época, ficou evidente para muitos praticantes dessas explorações ser necessário um novo modelo de psique cujos elementos importantes incluiriam não apenas a dimensão biográfica freudiana como o inconsciente coletivo e a espiritualidade junguiana.
Quando se pensa na mente em termos tão ampliados, os conteúdos das experiências que ocorrem durante vários estados de consciência extraordinários não são vistas como produtos casuais e arbitrários de um funcionamento cerebral alterado. Eles são, em vez disso, manifestações dos recessos remotos da psique humana a que não costumamos ter acesso. E a vinda desse material inconsciente à superfície pode ser, na verdade, curativa e transformadora, desde que ocorra nas circunstâncias corretas. Inúmeras disciplinas espirituais e tradições místicas, do xamanismo ao zen, representam ricos repositórios de valioso conhecimento sobre esses domínios mais profundos da mente. Sabe-se há séculos que muitos episódios dramáticos e difíceis podem ocorrer durante a prática espiritual e que o caminho para a iluminação pode ser doloroso e tempestuoso.
Assim, a luz lançada pela psicologia profunda e dos antigos legados espirituais fornece a base para uma nova compreensão de alguns estados psicóticos para os quais não podem ser descobertas causas biológicas. Os desafios à psiquiatria moderna apresentados por essas duas escolas de conhecimento nos revelam as raízes da idéia de emergência espiritual, conceito que ora examinaremos com maiores detalhes.
"Retirado de: Emergência Espiritual; de Stanislav e Christina Grof"
http://integrandofragmentos.blogspot.com/2008/08/emergncia-espiritual-para-compreender.html
Emergência Espiritual: Para Compreender a Crise de Evolução
"O místico, dotado de talentos inatos..., e seguindo... a instrução de um mestre, entra na água e descobre que sabe nadar; o esquizofrênico, por sua vez, despreparado, sem orientação e sem dotes, caiu nela, ou mergulhou voluntariamente, e está se afogando."Joseph Campbell, Myths to Live By
Sentimentos de unidade com todo o universo. Visões e imagens de épocas e locais distantes. Sensações de vibrantes correntes de energia percorrendo o corpo, acompanhadas de espasmos e de violentos tremores. Visões de divindades, semideuses e demônios. Vividos vislumbres de luzes brilhantes e das cores do arco-íris. Temores de insanidade, e até de morte, iminente.
Quem passar por esses fenômenos físicos e mentais extremos é rotulado imediatamente de psicótico pela maioria dos ocidentais de hoje. Contudo, um número crescente de pessoas parece estar tendo experiências incomuns semelhantes às descritas acima e, em vez de se perderem sem esperança na insanidade, esses indivíduos costumam sair desses estados mentais extraordinários com um sentido cada vez maior de bem-estar e com um nível superior de funcionamento na vida diária. Em muitos casos, problemas emocionais, mentais e físicos de longa data são curados nesse processo.
Encontramos muitos paralelos desses incidentes nas histórias de vidas de santos, de iogues, místicos e xamãs. Com efeito, a literatura e as tradições religiosas de todo o mundo validam o poder de cura e de transformação desses estados incomuns para as pessoas que passam por eles. Por que, então, as pessoas que têm essas experiências no mundo de hoje são consideradas, quase todas, mentalmente doentes?
Embora haja muitas exceções individuais, a psicologia e a psiquiatria dominantes não costumam distinguir entre misticismo e doença mental. Esses campos não reconhecem em termos oficiais que as grandes tradições espirituais que se dedicam há milênios ao estudo sistemático da consciência humana têm algo a oferecer. Por isso, os conceitos e práticas do budismo, do hinduísmo, do cristianismo, do sufismo e de outras tradições místicas são ignorados e descartados indiscriminadamente.
Neste ensaio, vamos examinar a idéia de que muitos episódios de estados mentais incomuns, mesmo os dramáticos e de proporções psicóticas, não são necessariamente sintomas de doenças no sentido médico. Vemo-los como crises da evolução da consciência ou "emergências espirituais", comparáveis aos estados descritos pelas várias tradições místicas do mundo.
Antes de discutir em termos mais específicos o conceito de emergência espiritual, analisemos mais de perto a relação entre psicose, doença mental e misticismo e os fatos históricos que resultaram na rejeição das experiências místicas e espirituais clássicas como sintomas de doença mental por parte da ciência e da psiquiatria moderna.
A visão de mundo criada pela ciência ocidental tradicional, e que domina a nossa cultura, é, em sua forma mais rigorosa, incompatível com toda noção de espiritualidade. Num universo em que somente o palpável, o material e o mensurável são reais, todas as modalidades de atividades religiosas e místicas são consideradas reflexo da ignorância, da superstição e da irracionalidade ou imaturidade emocional. Por conseguinte, interpretam-se as experiências diretas de realidades espirituais como "episódios psicóticos" - manifestações de doença mental.
Nossas experiências e observações pessoais ao longo de anos de envolvimento em várias formas de psicoterapia experiencial profunda nos levaram a crer ser importante rever essa situação na psiquiatria e em nossa visão de mundo em geral, reavaliando-a à luz de evidências da história pregressa e recente. Um reexame radical do pensamento sobre o misticismo e a psicose há muito tem sido adiado. Uma clara diferenciação entre esses dois fenômenos tem amplas conseqüências práticas para as pessoas que passam por estados de consciência incomuns, especialmente os de ênfase espiritual. É importante reconhecer as emergências espirituais e tratá-las de modo apropriado, devido ao seu enorme potencial positivo de crescimento e de cura pessoais, que em geral seria suprimido por uma abordagem insensível e por uma medicação de rotina indiscriminada.
O grupo de desordens mentais conhecido como psicoses constitui um grande desafio e um enigma para a psiquiatria e a psicologia ocidentais. Essas condições se caracterizam por um profundo distúrbio da capacidade de perceber o mundo em termos normais; de pensar e de responder, em termos emocionais, de uma maneira cultural e socialmente aceitável; e de comportar-se e comunicar-se de modo apropriado.
Para algumas dessas desordens, a ciência moderna descobriu modificações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas de base no cérebro e em outras partes do organismo. Esse subgrupo, denominado psicoses orgânicas, pertence inquestionavelmente ao domínio médico. Mas não se descobriram explicações médicas para muitos outros estados psicóticos, apesar dos esforços concentrados de gerações de pesquisadores de vários campos. Mesmo com a falta geral de resultados na busca de causas médicas específicas, as chamadas psicoses funcionais costumam ser incluídas na categoria de doenças mentais de causa desconhecida. Trata-se do subgrupo de psicoses que nos interessa aqui.
Diante da ausência de um claro consenso sobre as causas das psicoses funcionais, seria mais adequado e honesto reconhecer nossa completa ignorância quanto à sua origem e sua natureza, e só usar o termo doença para as condições passíveis de ter descoberta uma base física específica. Assim, podemos abrir a porta para novas abordagens de, ao menos, algumas psicoses funcionais, criando novas perspectivas que diferem, teórica e praticamente, da concepção médica da doença. Já foram desenvolvidas alternativas, em particular no âmbito das chamadas psicologias profundas. Existem várias teorias psicológicas e estratégias psicoterapêuticas inspiradas pelo trabalho pioneiro de Sigmund Freud.
Embora as abordagens da psicologia profunda sejam discutidas e ensinadas nos círculos acadêmicos, a compreensão e o tratamento das psicoses funcionais na psiquiatria dominante estão dominados, por uma variedade de razões, pelo pensamento médico. Em termos históricos, a psiquiatria conseguiu estabelecer-se com firmeza como disciplina médica. Descobriu-se uma base orgânica para certos estados psicóticos e, em alguns casos, até tratamentos efetivos para eles. Além disso, sintomas de condições psicóticas de origem desconhecida foram controlados por meio de tranqüilizantes, antidepressivos, sedativos e soporíferos. Parecia lógico, portanto, estender a trajetória e esperar sucesso ao longo das mesmas linhas em desordens para as quais ainda não foram descobertas causas nem tratamentos.
Há outros fatos persuasivos em favor da perspectiva médica ou psiquiátrica. A psiquiatria atribui estados e comportamentos psicóticos a condições físicas e fisiológicas, enquanto as psicologias profundas tentam descobrir as causas dos problemas mentais em eventos e circunstâncias da vida do paciente, em geral ocorrências da infância. Por conseguinte, a psicologia tradicional limita as fontes dos conteúdos da mente a aspectos observáveis da história pessoal do cliente. A isso chamamos de "modelo biográfico" da psicose. Os estados mentais e comportamentos psicóticos para os quais não se pode encontrar causas na biografia pessoal serviriam, portanto, para fornecer evidências favoráveis ao modelo médico.
Com efeito, há significativos aspectos de muitas psicoses que não podem ser explicados por meio do método psicológico de descobertas da origem de todas as condições mentais na história de vida do paciente. Alguns deles envolvem certas emoções e sensações físicas extremas que não se podem compreender em termos da história individual da infância ou de eventos posteriores. Incluem-se aqui, por exemplo, visões e experiências de ser engolfado pelo universo, de torturas diabólicas, de desintegração da personalidade e até de destruição do mundo. De igual modo, sentimentos de culpa abismais, a sensação de danação eterna ou impulsos agressivos indiscriminados ou incontroláveis não podem ser associados, em muitos casos, com eventos ou condições específicas da vida do paciente. Assim sendo, poderíamos facilmente supor que esses elementos estranhos presentes na psique devem ser uma decorrência de processos patológicos orgânicos que afetam direta ou indiretamente o cérebro.
Há outras espécies de experiências problemáticas da perspectiva biográfica, não apenas por causa de sua intensidade como em função de sua natureza. Experiências com divindades e demônios, com heróis e ambientes místicos ou com regiões celestiais ou infernais não têm lugar lógico no mundo concebido pela ciência ocidental. Por isso, parece evidente sugerir, como o faz o ponto de vista médico, que elas devem ser produto de algum processo físico patológico de origem desconhecida. O caráter místico de muitas experiências de estados de consciência incomuns as inclui automaticamente na categoria de enfermidades, visto que a espiritualidade não é considerada uma dimensão legítima no universo material excludente da ciência tradicional.
Contudo, recentes desenvolvimentos na área psicológica começaram a sugerir, para essas ocorrências extraordinárias, fontes que não se enquadram na patologia médica nem da história de vida pessoal. Historicamente, a primeira ruptura nesse sentido foi a obra do psiquiatra suíço C. G. Jung. Jung expandiu em muito o modelo biográfico, ao introduzir o conceito de inconsciente coletivo. Por meio-de uma cuidadosa análise de sua própria vida onírica, dos sonhos dos seus clientes e das alucinações, fantasias ou delírios dos psicóticos, ele descobriu que a psique humana tem acesso a imagens e motivos de real natureza universal. Esses elementos podem ser encontrados na mitologia, no folclore e na arte de culturas distribuídas amplamente, não apenas pelo globo, mas ao longo da história da humanidade.
Esses arquétipos, como Jung os denominou, aparecem com surpreendente regularidade mesmo em indivíduos cuja história de vida e cuja educação carecem de exposição direta às várias manifestações culturais e históricas. Essa observação levou-o à conclusão de que há - além do inconsciente individual - um inconsciente racial ou coletivo comum à humanidade. Para ele, a religião e a mitologia comparadas eram fontes inestimáveis de informação sobre esses aspectos coletivos do inconsciente. No modelo junguiano, muitas experiências que não fazem sentido como derivativos de eventos biográficos, tais como visões de divindades e demônios, podem ser consideradas manifestações de conteúdos do inconsciente coletivo.
Embora conhecidas há muitas décadas, as idéias de Jung de início não tiveram influência significativa fora de estreitos círculos de seguidores dedicados. Elas estavam muito além do seu tempo e tiveram de esperar um ímpeto adicional para se destacarem. Essa situação começou a mudar nos anos 60, época de um grande renascimento do interesse pelos limites mais amplos da consciência humana. Essa era de exploração interior se iniciou com a experimentação clínica com drogas psicodélicas entre profissionais e com a exposição pessoal de uma parcela da população leiga, que por um certo período passou a ser conhecida como contracultura, a essas drogas. Prosseguiu com uma avalancha de técnicas experienciais de psicoterapia e de práticas espirituais de toda espécie, da terapia da Gestalt à meditação transcendental, entre terapeutas e leigos nos anos 70 e 80.
À medida que muitas pessoas passaram a ter experiências com os tipos de imagens e símbolos que Jung atribuía ao inconsciente coletivo, bem como a viver episódios de natureza mística clássica, essa onda forneceu um forte apoio as idéias junguianas e uma poderosa validação das tradições místicas do mundo, oriental e ocidental. Nessa época, ficou evidente para muitos praticantes dessas explorações ser necessário um novo modelo de psique cujos elementos importantes incluiriam não apenas a dimensão biográfica freudiana como o inconsciente coletivo e a espiritualidade junguiana.
Quando se pensa na mente em termos tão ampliados, os conteúdos das experiências que ocorrem durante vários estados de consciência extraordinários não são vistas como produtos casuais e arbitrários de um funcionamento cerebral alterado. Eles são, em vez disso, manifestações dos recessos remotos da psique humana a que não costumamos ter acesso. E a vinda desse material inconsciente à superfície pode ser, na verdade, curativa e transformadora, desde que ocorra nas circunstâncias corretas. Inúmeras disciplinas espirituais e tradições místicas, do xamanismo ao zen, representam ricos repositórios de valioso conhecimento sobre esses domínios mais profundos da mente. Sabe-se há séculos que muitos episódios dramáticos e difíceis podem ocorrer durante a prática espiritual e que o caminho para a iluminação pode ser doloroso e tempestuoso.
Assim, a luz lançada pela psicologia profunda e dos antigos legados espirituais fornece a base para uma nova compreensão de alguns estados psicóticos para os quais não podem ser descobertas causas biológicas. Os desafios à psiquiatria moderna apresentados por essas duas escolas de conhecimento nos revelam as raízes da idéia de emergência espiritual, conceito que ora examinaremos com maiores detalhes.
"Retirado de: Emergência Espiritual; de Stanislav e Christina Grof"
http://integrandofragmentos.blogspot.com/2008/08/emergncia-espiritual-para-compreender.html
sexta-feira, 6 de março de 2009
A MANADA
Othon Moacyr Garcia foi um filólogo, lingüista, ensaísta e crítico literário brasileiro. Em um de seus trabalhos escreveu que "ainda quecometamos um número infinito de erros, só há, na verdade, do ponto de vista lógico duas maneiras de errar: erramos raciocinando mal comdados corretos ou raciocinando bem com dados falsos." Vivemos numa sociedade em que a maior fonte de informação é a mídia que apresenta os dados superficialmente, conforme seus interesses.Fiar-se numa fonte assim é um risco.Por outro lado a capacidade intelectual da sociedade tem sido reduzida num processo de emburrecimento infinito. Vivemos cada vez mais numamanada, copiando as decisões que o bovino ao lado tomou.Surge então uma terceira maneira na equação de Othon Garcia: raciocinar mal com dados falsos... Dentro da manada fazemos perguntas erradas, recebemos respostas erradas, realizamos diagnósticos errados e tomamos as ações erradas. Some-sea isso um altíssimo grau de cagaço e pronto! Olhe em volta! Um amigo foi comprar um automóvel. Um Ford KA. Na concessionária, a informação: 45 dias para entrega. Não tem carro em estoque...A Volkswagen, que no fim de 2008 cancelou o pagamento de horas-extras e concedeu férias coletivas escalonadas para seus 22 mil empregados,vai convocar sete mil funcionários para turno extra de trabalho no final de semana. Ela precisa adequar o volume de produção à demanda, quecresceu rapidamente. A situação nas demais montadoras não é diferente: ou você se adapta ao que tem na concessionária ou espera até sessentadias.Enquanto isso o segmento de carros importados ri à toa: saltou de 13,2% de participação de mercado em novembro para quase 20% em janeiro. Se tudo andar mal com a indústria automotiva brasileira, voltaremos em 2009 aos patamares de 2007... Que foi simplesmente o segundo melhorano da história dessa indústria no Brasil. Que raio de crise é essa? É a crise do pensamento estratégico, que morreu. Só restou o tático. Típico de manadas. Deixe-me esclarecer com um exemplo simples: um arquiteto desenha um prédio maluco. É preciso que um engenheiro faça os cálculos estruturaispara o prédio ficar em pé. E então os pedreiros erguem o edifício conforme os planos.A visão (objetivo) do arquiteto é sustentada pela técnica (estratégia) do engenheiro que é tornada realidade pela execução (tática) dospedreiros. Estratégia sem objetivo é desperdício. Execução sem estratégia é um desastre. O muro ficará torto e o prédio vai cair. E, se nãocair, provavelmente terá custado infinitamente mais do que se seguisse uma estratégia. A miséria intelectual, a asinidade estratégica e a vida em manada acabaram com os "arquitetos" na virada do milênio. E agora o cenário decrise está acabando com os "engenheiros". Só restam "mestres de obra" e "pedreiros". Atenção para as aspas, por favor. Decisões? Só para curto prazo, para coisas que podem ser medidas e vistas. E dá-lhe simplismo. Tem que reduzir custo? Mande o povo embora.Corte os investimentos em comunicação. Transfira o poder para o departamento de compras, que vai escolher o mais baratinho. Deixe o dinheirono banco que é mais seguro... Infelizmente ninguém jamais medirá o custo dessas decisões. Eles não cabem numa planilha. E se coubessem a manada não entenderia. Pois alguém já disse que "nenhum de nós é tão burro quanto a soma de todos nós." Nunca na história deste país vi uma verdade mais absoluta.
Luciano Pires
Luciano Pires
quinta-feira, 5 de março de 2009
LULA NA AVENIDA - por Danusa Leão
Foi como se fosse um desconhecido. Nem vaias, nem palmas. Nada. E nada é pior do que qualquer coisa
-0-
O CARIOCA É mesmo único. Fica íntimo sem conhecer as pessoas; se você telefona para um escritório, a telefonista te chama de "meu amor", se compra um coco na praia, o vendedor te chama de "querida", se pede uma cadeira para tomar sol, vem logo um "é pra já, minha linda".
Não é nem preciso dizer que todos se chamam de você e são de uma cordialidade suprema. Estamos mais do que acostumados a toda essa intimidade.
Mas quando é para vaiar ou para aplaudir, não fazem a menor cerimônia.
E o curioso é que estão todos, sempre, de acordo.
Que seja no Maracanã, no meio de um bloco, ou na avenida, a unanimidade é sempre geral, e nunca existem duas correntes, uma a favor e outra contra.
Veja o pobre do Neguinho da Beija-Flor, que levou uma vaia daquelas por ter atrasado 15 minutos o desfile, já que resolveu se casar na avenida.
Isso pelo menos vai evitar que, no futuro, entre uma escola e outra, aconteçam batizados, aniversários e que tais.
Mas foi curioso que o carioca, tão espontâneo nos seus arroubos, não tenha tido nenhum tipo de reação à presença do presidente na avenida.
Foi como se fosse um desconhecido qualquer no camarote do governador -nosso governador, que sempre faz uma pose original na hora das fotos.
Nem vaias, nem palmas.
Nada.
E nada é pior do que qualquer coisa.
Para quem, segundo as pesquisas, tem 84% de aprovação popular, seria de se esperar um espetáculo de gritos e vivas ao presidente.
Afinal, 84% não são para se desprezar.
Pois não aconteceu absolutamente nada.
Não adiantou o chapéu panamá, a animação de d. Marisa, que chegou a descer para sambar junto aos passistas, enquanto os fotógrafos cumpriam seu papel de mostrar o quanto nosso governador, nosso prefeito e nosso presidente são unidos.
Ninguém deu a menor bola.
Eu, que não entendo dessas coisas, acho que Lula estava em campanha; ele não foi ver o samba, mas testar 2010.
Já o prefeito foi para a avenida, sambou com as escolas -todas-, mudou a cor da fitinha do seu chapéu para ser simpático com cada uma que passava, mas também não fez o menor sucesso.
Era tudo "fake", e carioca saca essas coisas com incrível rapidez.
Quando Itamar apareceu na avenida, 15 anos atrás, foi um grande auê com palmas carinhosas de todos que passavam (depois que Lilian Ramos apareceu foi outro auê).
Todos queriam saudar nosso então presidente.
Mas desta vez a presença de nossa autoridade máxima foi um fiasco.
E d. Marisa deu, enfim, sua contribuição como primeira-dama: foi quando reclamou com o ministro Temporão que não havia camisinhas no banheiro das mulheres.
Que beleza, ter uma primeira-dama tão cuidadosa.
Depois de tantos anos sem dizer uma só palavra, ela perdeu uma boa oportunidade de ter continuado muda e calada como sempre esteve.
Foi uma pena nossa jovem Dilma não ter vindo também.
Ela teria certamente contribuído para que a indiferença carioca se mostrasse ainda mais evidente.
Aliás, segundo amigos pernambucanos, sua passagem pelo Estado foi em branquíssimas nuvens.
Lá também não aconteceu nada.
O trio da alegria -Cabral, Paes e Lula- bem que se esforçou, mas no Carnaval não fez nenhum sucesso.
Matéria Remetida por nossa
Colunista Rosangela
-0-
O CARIOCA É mesmo único. Fica íntimo sem conhecer as pessoas; se você telefona para um escritório, a telefonista te chama de "meu amor", se compra um coco na praia, o vendedor te chama de "querida", se pede uma cadeira para tomar sol, vem logo um "é pra já, minha linda".
Não é nem preciso dizer que todos se chamam de você e são de uma cordialidade suprema. Estamos mais do que acostumados a toda essa intimidade.
Mas quando é para vaiar ou para aplaudir, não fazem a menor cerimônia.
E o curioso é que estão todos, sempre, de acordo.
Que seja no Maracanã, no meio de um bloco, ou na avenida, a unanimidade é sempre geral, e nunca existem duas correntes, uma a favor e outra contra.
Veja o pobre do Neguinho da Beija-Flor, que levou uma vaia daquelas por ter atrasado 15 minutos o desfile, já que resolveu se casar na avenida.
Isso pelo menos vai evitar que, no futuro, entre uma escola e outra, aconteçam batizados, aniversários e que tais.
Mas foi curioso que o carioca, tão espontâneo nos seus arroubos, não tenha tido nenhum tipo de reação à presença do presidente na avenida.
Foi como se fosse um desconhecido qualquer no camarote do governador -nosso governador, que sempre faz uma pose original na hora das fotos.
Nem vaias, nem palmas.
Nada.
E nada é pior do que qualquer coisa.
Para quem, segundo as pesquisas, tem 84% de aprovação popular, seria de se esperar um espetáculo de gritos e vivas ao presidente.
Afinal, 84% não são para se desprezar.
Pois não aconteceu absolutamente nada.
Não adiantou o chapéu panamá, a animação de d. Marisa, que chegou a descer para sambar junto aos passistas, enquanto os fotógrafos cumpriam seu papel de mostrar o quanto nosso governador, nosso prefeito e nosso presidente são unidos.
Ninguém deu a menor bola.
Eu, que não entendo dessas coisas, acho que Lula estava em campanha; ele não foi ver o samba, mas testar 2010.
Já o prefeito foi para a avenida, sambou com as escolas -todas-, mudou a cor da fitinha do seu chapéu para ser simpático com cada uma que passava, mas também não fez o menor sucesso.
Era tudo "fake", e carioca saca essas coisas com incrível rapidez.
Quando Itamar apareceu na avenida, 15 anos atrás, foi um grande auê com palmas carinhosas de todos que passavam (depois que Lilian Ramos apareceu foi outro auê).
Todos queriam saudar nosso então presidente.
Mas desta vez a presença de nossa autoridade máxima foi um fiasco.
E d. Marisa deu, enfim, sua contribuição como primeira-dama: foi quando reclamou com o ministro Temporão que não havia camisinhas no banheiro das mulheres.
Que beleza, ter uma primeira-dama tão cuidadosa.
Depois de tantos anos sem dizer uma só palavra, ela perdeu uma boa oportunidade de ter continuado muda e calada como sempre esteve.
Foi uma pena nossa jovem Dilma não ter vindo também.
Ela teria certamente contribuído para que a indiferença carioca se mostrasse ainda mais evidente.
Aliás, segundo amigos pernambucanos, sua passagem pelo Estado foi em branquíssimas nuvens.
Lá também não aconteceu nada.
O trio da alegria -Cabral, Paes e Lula- bem que se esforçou, mas no Carnaval não fez nenhum sucesso.
Matéria Remetida por nossa
Colunista Rosangela
domingo, 1 de março de 2009
UM PRA MIM...UM PRA VOCÊ
Em uma cidadezinha do interior havia uma figueira carregada dentro do cemitério.
Dois amigos decidiram entrar lá à noite (quando não havia vigilância) e pegar todos os figos.
Eles pretendiam fazer doce de figo e vender, ganhando boa grana.
Pularam o muro, subiram na árvore com sacolas penduradas no ombro e começaram a dividir o prêmio'.
- Um pra mim, um pra você.
- Um pra mim, um pra você.
- Pô, você deixou dois grandes caírem do lado de lá do muro!
- Não faz mal, depois que a gente terminar aqui pegamos eles.
- Então ta bom, mais um pra mim, um pra você.
Um bêbado, passando do lado de fora do cemitério, escutou esse negócio de 'um pra mim e um pra você' e saiu correndo para a delegacia.
Chegando lá, virou para o policial:
- Seu guarda, vem comigo! Deus e o diabo estão no cemitério dividindo as almas dos mortos!
- Ah, cala a boca bêbado.
- Juro que é verdade, vem comigo.
Tanto insistiu, que os dois foram até o cemitério; chegaram perto do muro e começaram a escutar...-
Um para mim, um para você.
O guarda assustado:-
É verdade! É o dia do apocalipse! Eles estão dividindo as almas dos mortos! O que será que vem depois?
- Um para mim, um para você. Pronto, acabamos aqui. E agora?
- Agora a gente vai lá fora e pega os dois que estão do outro lado do muro...
-Cooooorreeeee!!!
REMETEU PARA A REDAÇÃO
VALERIA VIEIRA XIMENES
A QUEM, AGRADECEMOS!
Dois amigos decidiram entrar lá à noite (quando não havia vigilância) e pegar todos os figos.
Eles pretendiam fazer doce de figo e vender, ganhando boa grana.
Pularam o muro, subiram na árvore com sacolas penduradas no ombro e começaram a dividir o prêmio'.
- Um pra mim, um pra você.
- Um pra mim, um pra você.
- Pô, você deixou dois grandes caírem do lado de lá do muro!
- Não faz mal, depois que a gente terminar aqui pegamos eles.
- Então ta bom, mais um pra mim, um pra você.
Um bêbado, passando do lado de fora do cemitério, escutou esse negócio de 'um pra mim e um pra você' e saiu correndo para a delegacia.
Chegando lá, virou para o policial:
- Seu guarda, vem comigo! Deus e o diabo estão no cemitério dividindo as almas dos mortos!
- Ah, cala a boca bêbado.
- Juro que é verdade, vem comigo.
Tanto insistiu, que os dois foram até o cemitério; chegaram perto do muro e começaram a escutar...-
Um para mim, um para você.
O guarda assustado:-
É verdade! É o dia do apocalipse! Eles estão dividindo as almas dos mortos! O que será que vem depois?
- Um para mim, um para você. Pronto, acabamos aqui. E agora?
- Agora a gente vai lá fora e pega os dois que estão do outro lado do muro...
-Cooooorreeeee!!!
REMETEU PARA A REDAÇÃO
VALERIA VIEIRA XIMENES
A QUEM, AGRADECEMOS!
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